quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A AMÉLIA E O VITALINO CASARAM HÁ 60 ANOS

"Casamento é um compromisso voluntário de amor, paixão, de cuidados a ter um com o outro, de respeito pelos sonhos e vontades de cada um, casamento é o compromisso de respeitar o espaço um do outro, de respeito sexual, respeito financeiro.Desse casamento sai uma família que gerará: Filhos, netos…"

No dia 13 de Outubro de 2007, os meus pais fazem 60 anos de casados.
A Amélia tinha 20 anos e o Vitalino tinha 25 anos e na Igreja Matriz de Casa Branca disseram:
" Vitalino, eu te recebo por meu marido e prometo amar-te e ser-te fiel durante toda a minha vida e em todas as circunstâncias... "
"Amélia, eu te recebo por mulher e prometo amar-te e ser-te fiel durante toda a minha vida e em todas as circunstãncias..."
Hoje, a minha mãe com 80 anos e o meu pai com 85 anos continuam apaixonados um pelo outro.
Posso dizer sem errar que estão ainda mais apaixonados do que quando se casaram!... nestes 60 anos de vida em comum, cimentaram uma relação de amor, compreensão, respeito, cumplicidade e tolerância que não é fácil encontrar entre casais.
Nunca ouvi a minha mãe criticar ou recriminar o meu pai... bem pelo contrário... com aquele seu sorriso meigo e lindo que tem, sempre a vi "desculpar" e "aceitar" algumas das ideias mirabolantes do meu pai. Para ela, "as asneiras" originadas pela impulsividade, pelo espírito de negócio, pelo imaginação do meu pai, são apenas "pequenos devaneios" do meu pai... e ela sempre a procurar desculpá-lo... sempre a procurar encontrar a palavra certa, suave, meiga e ternurenta para justificar mais uma "ideia" do Vitalino!...
Olho-os... e recordo a infância feliz que nos proporcionaram, a mim e ao meu irmão.
Na nossa casa não havia uma discussão... nunca ouvi uma palavra desagradável... nunca os vi zangados!
Da boca da minha mãe e da boca do meu pai saíam, só e apenas, palavras de carinho, de aceitação, de amor, de ternura...
Ainda hoje, quando a minha mãe fica um pouco enervada com alguma coisa ( pequena coisa!) que o meu pai faça, ela fica refilona... depois como vê que ele se cala ou lhe diz: "Olha o que para aí vai por uma coisa de nada!!" , a minha mãe cai em si, reflecte e vê que não tem razão... então vai ao pé dele, com um sorriso de orelha a orelha, faz-lhe uma festa na face, dá-lhe um beijo e pede-lhe desculpa por estar a ser "chata"! Diz: - "Desculpa-me, Vitalino, eu às vezes sou chata, sem razão!" e tudo fica sanado. E o bom ambiente e a boa disposição continuam...
Nunca vi, nestes 60 anos de casados, os meus pais ficarem zangados mais do que cinco minutos ( cinco minutos é muito! talvez 2 ou 3 minutos!!), nunca os vi carrancudos, sérios, sem falarem um para o outro... nunca!! e isto não é ficção!!! é a pura das verdades!!!...
Quando eu era criança, passámos bons, óptimos momentos... episódios maravilhosos que nunca esquecerei... os meus pais sempre foram duas pessoas muito bem dispostas, sempre gostaram de passear, sempre gostaram de conviver, sempre procuraram porprocionar-nos prazer, alegria e bem estar. E assim, depois de dias e dias de trabalho árduo na loja, com a matança dos porcos, com a ida ao Porto ou a Lisboa a levar carradas de carvão e palha , apesar de cansados e extenuados, ainda tinham "coragem" para nos levar à praia da Figueirinha, em Setúbal, onde passávamos o Domingo, os quatro em alegre convívio.
Levávamos o "farnel" que a minha mãe cozinhava na véspera ou de madrugada e o Domingo era passado, inteirinho, na praia. Desde manhã até à noitinha, ficávamos na praia. À sombra da barraca que alugávamos e onde o meu pai dormia grandes sestas. A minha mãe fazia renda. Eu e o meu irmão andávamos o dia inteiro dentro e fora de água... brincávamos, nadávamos, comíamos, sempre descontraídos, alegres e sem discussões... não havia discussões entre nós!... Sempre nos ensinaram a "conversar" para resolver os pequenos conflitos que surgiam... e assim continua a ser...
São um exemplo a seguir... quanto orgulho eu sinto por isso! as minhas primas, a família mais próxima são testemunhas do que eu acabo de escrever... o meu pai e a minha mãe durante estes 60 anos formaram um elo inquebrável! souberam manter os votos que fizeram ao padre naquele dia de 13 de Outubro de 1947 : " Eu... prometo
A minha mãe, frequentemente, diz, muito orgulhosa: " Nunca me deitei zangada com o meu marido, nem ele comigo!!!!"
O compromisso por eles assumido foi sempre respeitado, porque: "O Sacramento do Matrimônio é um vínculo ou laço indissolúvel que une os cônjuges diante de Deus e da comunidade; é uma graça especial que torna a vida de amor entre os esposos e seus filhos um acto de culto a Deus e lhes dá a força de vencerem as dificuldades, se santificarem e educarem os seus filhos."
Como eu me sinto feliz, por estar a escrever este artigo de homenagem aos pais maravilhosos que me geraram.
Bem hajam!!! Obrigada mãe Amélia e pai Vitalino. Adoro-os.

O BLOG DOS FALCATOS A NU...

Pois é!! agora os Falcatos decidiram ter um blog, e eu entusiamada escrevi logo 3 (três!!!!) artigos.
Que bom poder partilhar convosco episódios dos Falcatos!! somos uma grande família, somos um grandessíssimo número de pais, filhos, primos, primos dos primos, irmãos, famelga em gerale por isso o Blog vai ser um sucesso... agora é só começar a escrever... vamos nessa...

Luzazul