sexta-feira, 16 de agosto de 2013
DIAS... TRISTES
Dos 365 dias do ano, grande parte deles são passados sem quaisquer acontecimentos relevantes... alguns dias são passados com indiferença, sem olhar a passagem do tempo, chegando à noite e vendo que nada fiz nem nada aconteceu de interessante... noutros a angústia e a tristeza entranham-se nos segundos dos dias e nesses eu sinto-me mal, angustiada e triste, por vezes sem uma razão aparente... noutros dias acontecem coisas muito importantes , que deixam a marca, de tal maneira forte que nunca mais esquecemos a data... foi assim no dia 2 de Julho.
Sem que nada o fizesse prever, o meu pai que dormia a sesta, sentiu-se mal, chamei o INEM que o transportou para o hospital, pois via-se que o meu pai não estava nada bem. Recordo-o a ser levado na maca, a tentar dizer-me qualquer coisa, que não sei o que seria, e os bombeiros a recolocarem-lhe a máscara do oxigénio que ele tinha tirado para poder falar comigo.
Nunca pensei que seriam aqueles os últimos minutos que via o meu pai com vida; pensava que ele regressaria recuperado da indisposição que ele sentia... mas o seu coração não resistiu e a meio do caminho, na estrada de Santo Amaro a ambulância teve que parar, chamaram os paramédicos e tentaram ali, debaixo de um sol abrasador, num dia quentíssimo de verão, reanimá-lo. Não conseguiram que o seu coração voltasse a bater, assim, ele deu o seu último suspiro longe dos que ele amava... é assim que agora morremos.... sem uma mão amiga e reconfortante, que aperte a nossa para dizer adeus... para dizer que partimos para sempre...
É tão estranho saber que não nos despedimos, que não dissemos a última palavra de conforto...
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