sábado, 10 de maio de 2014

TERTÚLIA MULHERES COM M GRANDE

Cartaz 

Fui convidada para fazer uma conferência sobre um dos temas que mais me apaixonam : As mulheres.
Escolhi o título MULHERES COM M GRANDE e fiz a apresentação em Power Point. Escolhi 15 mulheres que se destacaram na política, na escrita, no desporto, na pintura.
A tertúlia foi apresentada no dia 30 de Abril de 2014, na Sociedade Musical Odivelense, integrada nas Conversas com Principio e Fim, organizadas pelo Carlos Moura e sua mulher a Margarida.
No hall da Sociedade Odivelense
Zuzu















Saímos, eu e o Zé, de Casa Branca por volta das 11 horas da manhã. Fizemos uma viagem calma e tranquila. O tempo estava muito agradável. Chegámos por volta da 1 e meia da tarde a Odivelas. Deixámos o carro junto ao Instituto de Odivelas e fomos procurar a Sociedade Musical Odivelense, eu sabía que era perto da Câmara Municipal e da Biblioteca.
Comemos qualquer coisa num café mesmo junto ao largo do Instituto  e aí perguntámos qual o caminho para a Sociedade. Estávamos muito perto. Era atravessar a rua e subir uma escadinhas e estávamos logo lá. 
Assim, cerca das 14 e 30 horas chegámos à Sociedade. Fomos muito bem recebidos pela funcionária,  D. Elisabete. Sentámo-nos e aguardámos a chegada do Carlos Moura e da Margarida.

A assistência


A assistência

A assistência - D. Matilde muito entusiasmada, com intervenções muito pertinentes

Entretanto chegou o Filipe Ferreira que eu tinha convidado para assistir. O Carlos Moura chegou e começou a preparar o data show , o som e tudo o resto para a apresentação. A Margarida começou a colocar as cadeiras que estavam empilhadas junto à parede. Colocou imensas cadeiras, e eu pensei que não seriam necessárias tantas. 
Pouco a pouco, começaram a chegar pessoas. Conversei com algumas delas. todas estavam muito interessadas na minha conferência. O tema era apelativo.
À hora marcada deu-se inicio à Tertúlia. Estava muito entusiasmada por  poder apresentar o trabalho que tinha feito para a conferência. O  ambiente estava muito bom. A assistência muito interessada. Foi muito agradável e senti-me muito bem. Quando chegou a altura de falar de Maria Lamas, estava uma senhora na plateia, que tinha convivido de muito perto com Maria Lama. Foi muito bom o seu contributo e todos ficámos encantados por sabermos mais alguns pormenores da vida desta mulher. Curiosamente, em Odivelas há um parque com o nome de Maria Lamas, e isso também foi referenciado pela assistência.
Apresentação


Apresentação


























Carlos Moura, Margarida e D. Matilde que conheceu muito bem Maria Lamas
Foi uma tarde muito boa. Senti-me muito bem com as observações que complementaram a minha apresentação, das pessoas da assistência. Convidaram-me para uma próxima conferência do próximo ano. Concordei feliz, pois gostei muito de partilhar os meus poucos conhecimentos com tantas pessoas interessadas

http://conversascomprincipioefim.blogspot.pt/

O MEU TIO JACINTO - OS MEUS PRIMEIROS LIVROS

O meu tio Jacinto é o meu padrinho de baptismo e de casamento.
Generoso,  como todos nós o conhecemos, foi ele quem me ofereceu os primeiros livros que tive.
Lembro-me de um, muito infantil, com desenhos muito bonitos, que contava a história de um ratinho. Adorei aquele livro, passava horas a ver os desenhos e quando aprendi a ler, lia a história vezes sem fim. Anos mais tarde, comprei um igual para as minhas filhas que também o adoravam. Infelizmente perdi-lhe o rasto... Tenho a certeza que se o vir, o conheço pela capa...
Um dia, ofereceu-me um livro de contos e lendas tradicionais, que eu li e reli dezenas e dezenas de vezes. Uma das histórias, contava a lenda da solha e de Nossa Senhora. O livro perdeu-se. Já adulta quando encontrava uma loja de alfarrabista entrava a perguntar se tinha um livro, de contos tradicionais, onde vinha a referida lenda... os livreiros olhavam para mim, admirados e diziam-me que não conheciam tal livro!! um dia, passei por uma loja de alfarrabista fui perguntar se conhecia o dito livro e ele disse-me que sim, que conhecia, mas que não tinha o livro em questão. Fiquei contente, pois finalmente alguém me confirmava que não era invenção minha, que na verdade existia aquele livro com a lenda. Nunca deixei de procurar, mas sem resultado. Um dia na  escola de Sousel onde dava aulas, apareceu o meu livrinho de contos!!!  a escola de Vale de Freixo foi desmantelada e todas as coisas que lhe pertenciam  foram para a escola de Sousel. Fiquei maravilhada quando peguei naquele livrinho, muito pequeno, mais pequeno que um livro de bolso, de papel de muito, muito má qualidade, quase insignificante e que fazia parte de uma colecção que estava guardada num armário muito pequeno, onde eram guardados todos os livros. Nunca um livro me marcou tanto!!!  Quando peguei no livro, vi que se chamava Contos tradicionais do povo português, de uma grande autor Teófilo Braga. O livro ficou na Escola de Sousel e mais uma vez lhe perdi o rasto.
A Lenda de Nossa Senhora e a Solha
Conta-se que Nossa Senhora andava a passear à beira mar. 
Viu uma solha e perguntou-lhe: Oh solha a maré enche ou vasa?
A solha em vez de responder, gozou com Nossa Senhora e respondeu, escarnecendo dela:
Oh, solha, a maré enche ou vasa!??
Nossa Senhora aborrecida com esta atitude, disse-lhe: A partir de hoje vais ficar com a boca à banda!
Fim

Um dia, trouxe-me uma caderneta de cromos, da Branca de Neve e os sete anões. Não havia cromos a vender em Casa Branca, então o tio Jacinto trazia-me todos os fins-de-semana um molhinho de pacotes com os cromos. Para mim, era uma festa. Abrir os pacotinhos, colar os cromos, e a ler as legendas. Comecei a ter muitos repetidos. Já tinha mais cromos repetidos do que os que tinha colados na caderneta, não sabia como resolver isso. Pouco a pouco, comecei a aborrecer a caderneta. Por baixo de cada cromo havia uma legenda, e a história era contada, mas sem o colorido do cromo, a história perdia o seu encanto. Durante muitos e muitos anos, a  caderneta esteve na estante com os meus poucos livros que tinha.

O livro da Madame Curie foi outro dos livros que me fez companhia e que eu lia e relia vezes e vezes sem conta. A vida daquela mulher e do seu marido parecia-me quase impossível de ter existido. Da mesma colecção ofereceu-me a vida de Vasco da Gama. Ainda hoje gosto muito de ler biografias.

Ofereceu-me dois ou três livros da Condessa de Ségur: João que chora João que riO enjeitado,  As férias
e da colecção dos Cinco   Os cinco salvaram o tio   e outro que não me lembro o nome
Quando lia os livros da Condessa de Ségur, ficava tão embrenhada na leitura, que me abstraía de tudo o que me rodeava, chorava e escondia a minha emoção, porque nunca gostei que me vissem a chorar. 

Estes foram aqueles que mais me marcaram e que eu nunca mais esqueci o nome. 

COMO LOBOS MUDAM RIOS